domingo, 27 de julho de 2014

5 conselhos financeiros para quem está prestes a se divorciar





Especialistas ensinam como fazer para que o dinheiro seja um problema a menos para resolver durante a crise emocional


O momento do divórcio já não é dos mais fáceis de lidar. Raiva, amor, esperança, vingança e outros tantos sentimentos se misturam em um enorme balaio – fica difícil até de discernir qual emoção é de quem. Além da guarda dos filhos, dos livros, dos móveis e tudo o mais, tem o dinheiro – as dívidas, os investimentos, os bens e tudo que sobrou da antiga união. 


Fácil nunca é, mas quando o casal decide pela separação em comum acordo, o processo tende a ser menos tumultuado. A psicóloga e consultora Regina Silva, do Gyraser Centro de Desenvolvimento, explica que quando o casal já está pronto para se despedir emocionalmente, a questão financeira é um mero detalhe. “Se for consensual, a dupla consegue sentar, conversar, aparar as arestas, e fica tudo certo. O duro é 
 quando um dos dois não quer o fim da relação.”
Nesse caso, tem gente que usa artifícios de todos os tipos para manter ou destruir a relação – até mesmo o que Regina chama de “bullying financeiro”. “Já atendi casos de pessoas que estavam se endividando para que o parceiro não fosse embora. Também há aqueles que não querem assumir a responsabilidade do divórcio e transformam a vida do parceiro em um inferno usando o dinheiro como arma”, explica.
Por outro lado, há aqueles que, pressionados demais, entregam o que devem e o que não devem: deixam carro, casa, bens e investimentos nas mãos do parceiro para evitar conflitos. “A pessoa acaba pagando pela liberdade”, explica a psicóloga.
De um jeito ou de outro, o fato é que por negociação ou por vias judiciais, os bens serão divididos. A diferença fica por conta do tamanho do desgaste – e do tempo que vai levar até que a solução chegue.

1. Tente a solução amigável com todas as suas forças
Exatamente por isso, esse é o primeiro conselho do consultor financeiro Conrado Navarro. Evitar o assunto logo que a decisão for tomada pode ser pior do que encarar o assunto espinhoso de cara. “Aguardar o processo jurídico todo acaba gerando um desgaste maior ainda”, comenta.
Mais que isso, sob os olhos do juiz, os bens serão apenas cifras, sem nenhuma emoção agregada. “Uma decisão na justiça vai ser exclusivamente racional, vai dividir os bens sem considerar preferências de cada um nem qualquer outra variável”, reitera Conrado. “A decisão pela liquidação dos bens é um caminho comum e nem sempre o mais interessante para ambos.”

2. Façam um inventário do que têm (sejam bens, investimentos ou dívidas)
Listem o que há de dívidas, investimentos e bens adquiridos após o casamento. No caso dos bens, uma boa saída é colocá-los no nome dos dependentes. Assim, caso um fique com o usufruto da casa, por exemplo, o dono do imóvel fica claramente definido – e o usufruto é apenas temporário. “Assim não fica aquela sensação de que você está abrindo mão de algo que também é seu para o outro”, sugere.

As dívidas também devem ganhar um responsável, de forma que o pagamento não dependa de depósitos mensais de uma das partes.

3. Faça um orçamento para os gastos dos filhos
Exatamente por isso que o orçamento para a criança deve ser previamente estabelecido e o depósito deve ser mensal. Navarro explica que dividir as contas, um paga escola outro as roupas, por exemplo, dá margem para discursos sexistas e criam modelos fatalmente injustos. “Isso acaba influenciando a formação da criança,”

4. Separe a conta conjunta imediatamente
Não é só o perigo de o cônjuge raspar a conta bancária – é também uma questão de praticidade. “Uma vez decidido e sacramentada a opção do divórcio, melhor separar imediatamente as contas antes que essa vire mais uma arma no processo de separação”, sinaliza o consultor.

5. Esqueça as regras
Cada casal vai descobrir a melhor forma de lidar com todas as pendências emocionais e financeiras. Sugestões ajudam a nortear o caminho mas com a mesma cumplicidade que se juntaram, busquem se separar – por mais difícil que pareça. “Não existe regra nenhuma, mas é preciso debater o assunto com respeito e na hora certa.”

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