domingo, 18 de fevereiro de 2024

Lula questiona conivência em fuga inédita de presídio federal no RN



Lula questiona conivência em fuga inédita de presídio federal no RN

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou neste domingo (18) que a fuga de dois detentos da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, na última quarta-feira (14), pode ter contado com a conivência de alguém que trabalhava no sistema penitenciário. Ele disse que espera que as investigações da Polícia Federal esclareçam o que aconteceu no presídio de segurança máxima, de onde nunca havia ocorrido uma fuga.

“Eu não quero acusar, mas, teoricamente, parece que teve a conivência com alguém do sistema lá dentro. Como eu não posso acusar ninguém, eu sou obrigado a acreditar que uma investigação [que] está sendo feita pela polícia local, pela Polícia Federal, nos indique, amanhã ou depois de amanhã, o que aconteceu no presídio de Mossoró”, declarou Lula durante coletiva de imprensa em Adis Abeba, capital da Etiópia, onde participou neste sábado (17) da 37ª Cúpula da União Africana.

Os fugitivos são Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça, ligados à facção criminosa Comando Vermelho. Eles escaparam por um buraco cavado na cela, que dava acesso ao pátio externo do presídio. A fuga só foi percebida na manhã seguinte, durante a contagem dos presos. Os dois continuam foragidos e são procurados pelas forças de segurança do estado.

Lula destacou que o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, já determinou a apuração se houve a participação de alguém que trabalhava no presídio. Ele afirmou esperar que os presos sejam capturados. “Obviamente que nós queremos saber como é que esses cidadãos cavaram um buraco e ninguém viu. Só faltaram contratar uma escavadeira”, ironizou o petista.

O presidente disse ainda que pode ter havido um “relaxamento”, que possibilitou a fuga dos detentos. Ele lembrou que o sistema penitenciário federal foi criado em seu governo, em 2006, após a onda de ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC) em São Paulo. Segundo ele, o objetivo era isolar os líderes das facções criminosas e impedir que eles continuassem a comandar o crime organizado de dentro das prisões.

“O sistema penitenciário federal foi criado para ser um sistema de segurança máxima, onde os presos não tivessem nenhum tipo de comunicação com o mundo exterior. E, portanto, não pudessem dar ordens para que o crime organizado continuasse a funcionar. E, até então, nós não tínhamos tido nenhum problema”, afirmou Lula.

O presidente disse que espera que o episódio de Mossoró seja um “caso isolado” e que não se repita em outras unidades do sistema penitenciário federal, que conta com cinco presídios no país, localizados em Brasília, Campo Grande, Catanduvas, Mossoró e Porto Velho.

Fonte: G1

 


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