MITOS E VERDADES SOBRE O CÂNCER DE MAMA
A luta
contra o câncer de mama mobiliza muitas pessoas em todo o mundo. Apesar de ele
ser é mais comum entre o público feminino, e o acesso à informação é a
principal arma para a prevenção. Mas será que se pode confiar em tudo o que
lemos e ouvimos?
Para
desmistificar mitos e reforçar as verdades em torno da doença, o médico
Guilherme Novita Garcia, membro da Sociedade Brasileira de Mastologia,
esclarece tópicos que geralmente são muito questionados pela população.
O câncer
de mama é mais comum entre as pessoas obesas.
Depende. O peso elevado pode ter
influência de acordo com o estado hormonal da mulher (antes ou depois da menopausa).
Isso porque, após a menopausa, existe a possibilidade de o tecido gorduroso
atuar em dois hormônios, ou seja, transformando o androstenidiona – produzido
na glândula suprarrenal – em estrona. E, quanto maior o nível de estrona, maior
o risco de câncer de mama. Por isso, de certa forma, a perda de peso apresenta
um efeito protetor. “Antes da menopausa, no entanto, a obesidade não é
prejudicial e pode, inclusive, diminuir os riscos”, explica Guilherme.
A prática
de exercícios físicos diminui o risco de câncer de mama.
Controverso. Trata-se de uma variável pouco
estudada em relação ao risco de desenvolver essa doença. Algumas pesquisas
sugerem que a prática de exercícios de quatro a sete horas por semana pode
reduzir em até 20% o aparecimento de neoplasia (proliferação anormal do tecido
celular que pode ocasionar o câncer) nas mamas, independentemente do estado
menopausal. Entretanto, outros estudos concluíram que a ocorrência do efeito
protetor varia conforme o tipo e a frequência da atividade física e de acordo
com o estado menopausal da mulher, podendo, em certos casos, não existir. “Em
geral, o nível de evidências e conclusões desses estudos é frágil, e a prática
de exercícios físicos – assim como os fatores relacionados ao controle de peso
e a dietas alimentares – deve ser orientada mais para melhorar a qualidade de
vida geral das mulheres”, ressalta o médico.
O consumo de vitamina D diminui o
risco de câncer de mama.
Controverso. Pesquisas sugerem que o nível
elevado dessa vitamina reduz as chances de um tumor de mama se desenvolver;
porém, o seu real impacto na incidência é desconhecido devido à limitação dos
estudos. “Aparentemente, existe a possibilidade de redução do risco, mas
algumas questões influenciadoras, como a dosagem ideal, a idade, o estado
menopausal e os tipos tumorais, ainda permanecem sem definição”, salienta.
Alimentos
à base de soja ou suplementos com isoflavona (substância presente na soja)
diminuem o risco de câncer de mama.
Mito. Altos níveis de isoflavanoides
estão associados ao baixo risco para o desenvolvimento do câncer de mama;
porém, o efeito ocorre apenas para quem teve uma alimentação à base de soja
desde a primeira infância. Esse estudo foi feito em mulheres que vivem em
regiões rurais do Japão, em que a alimentação inclui grande quantidade de soja.
“Essas populações, no entanto, também têm outros comportamentos que podem
influenciar no efeito protetor, tais como a gestação em idade precoce e a maior
quantidade de filhos. Portanto, fica difícil concluir qual o real impacto desse
nutriente na redução do câncer”, aponta.
O uso de
desodorantes e outros cosméticos nas axilas aumenta o risco de câncer de mama.
Mito. Pesquisas consistentes
concluíram que o uso de cosméticos não alteram a incidência de tumores
mamários, mesmo com a grande concentração de glândulas na região das axilas.
O consumo de bebidas alcoólicas
aumenta o risco de câncer de mama.
Verdade. A principal hipótese da
evidência é o efeito carcinogênico (que tende a produzir câncer) do álcool,
mesmo com a presença de outras teorias que também sugerem interferência no
metabolismo do estrogênio (hormônio feminino).
O uso de
ácido acetilsalicílico e de outros anti-inflamatórios diminui o risco de câncer
de mama.
Mito. Trata-se de um estudo ainda em
desenvolvimento e que já relatou a diminuição da incidência em animais, mas não
há até agora qualquer comprovação do benefício para seres humanos.
O consumo
de chá verde diminui o risco de câncer de mama.
Mito. O chá verde é um antioxidante
com efeitos benéficos na inibição da proliferação celular e está em estudo como
protetor para alguns tipos de câncer, inclusive o de mama. Contudo, ainda não
há comprovação científica.
Para
saber mais sobre esse assunto, acesse o site da Sociedade Brasileira de Mastologia.
Visite
também o nosso especial Outubro Rosa.
Lá você encontra muitas informações sobre o câncer.
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